quarta-feira, julho 13, 2016

Robert Plant: O processo por plágio, uma tremenda perda de tempo


                                        Photo: Phil Dawson - Alamy
 
Até de bermuda parece um gentleman. Robert Plant chega com o The New York Times na mão e sem indício de ressaca depois da brutal apresentação da noite anterior. Às 10h30 da manhã e desperto, como provam seus olhos que seguem cada mulher que se move pela piscina de seu hotel de Cascais. Robert Plant (1948, Inglaterra) sente-se um sobrevivente de uma época em que o provável, em sua profissão, era bater as botas. A seus quase 68 anos – que completa em agosto – o vocalista e letrista do grupo Led Zeppelin (1968-80) continua na estrada a seu ritmo. Desde a separação do Led Zeppelin, trabalhou com o guitarrista do grupo, Jimmy Page (1994-98), com a cantora country Alison Krauss (2007-08) e com diversas bandas. Desde 2012 é acompanhado pela banda Sensational Space Shifters, com quem se apresenta na quinta-feira 14 de julho em Madri dentro da programação das Noches del Botánico, “colidindo” o som duro de seu lendário grupo com músicas africanas e do Mississipi.

Pergunta. Um astro do rock acordado às 10 da manhã!
Resposta. Realmente os tempos são outros. Os heróis modernos precisam estar sempre ativos. Se quer continuar trabalhando nestes dias em que a música passa por tantas mudanças, tantas inovações, precisa estar acordado, muito atento, e precisa amar este mundo. Não é mais como nos anos 1970 em Los Angeles.

P. A época de seu grande sucesso com o Led Zeppelin?
R. Sim, mas também com experiências dramáticas. Sofri um acidente de carro muito grave; perdi um filho de cinco anos... Não fiquei apegado ao país das maravilhas; não acredito que seja possível se esconder da realidade... Mas, de repente, você se torna mais consciente de seu talento, do que consegue fazer e do que não. Compreendi que não podia ser apenas um cantor, que tinha de ser algo mais para me estimular mesmo. Não espero que ninguém o faça por mim.

P. Sua voz, escolhida em várias ocasiões como uma das melhores da história do rock, continua intacta. Não me diga que toma mel antes de deitar-se?
R. Claro que sim. Mel, limão e gengibre toda noite. Mas também estou com um grupo que deixa espaço para que eu me expresse e eu deixo espaço para que eles cresçam, por isso posso visitar velhas canções e mudá-las de cima a baixo. Ainda são incríveis, mas aparecem de diferentes ângulos, com outra energia, e isso faz cantar com esse dinamismo. Quando você chega a determinado ponto da vida, precisa dar sentido ao que diz. E precisa saber repeti-lo com a mesma energia sempre, precisa ser crível. Precisa conquistar as pessoas.

P. Dezesseis apresentações em oito países só em julho. Muito para seu corpo?
R. Não, esta é uma das turnês fáceis. Não é o trabalho de um herói, é o trabalho de um pragmático. Se demorar muito entre um show e outro, você perde a motivação, o ritmo, a adrenalina das apresentações. Esta é uma turnê tranquila, mas como obviamente não sou mais jovem, para mim está bom assim.

P. O formato atual dos festivais é muito diferente de uma apresentação exclusiva para seus fãs. É mais complicado se conectar com o público.

R. É verdade que em festivais onde há tanta mistura de grupos, as pessoas muitas vezes não conhecem essa música. É preciso entender quem está ali na frente. É como um mágico que vai tirando os elementos da cartola. Com o Sensational Space Shifters cada um faz seu papel.

P. Entre o rock duro do Led Zeppelin e a sensibilidade do Raising Sand com Alice Krauss há vários mundos. Como se chega a essa transformação?
R. Um dia meus filhos me disseram: “Pai, você vem para Ibiza?”, e eu respondi: “Não, vou a Louisiana”. Minha obsessão é encontrar os rastros da história da música norte-americana, a música cajun, tipo Bon Ton Roulá, as últimos sombras desse black blues extraordinário que se fez nos anos 1940 e 1950, Carl Perkins, música dos montes Apalaches, e juntar com sons mais contemporâneos. Você tem um tecladista como o do Massive Attack e um cara que toca um violino de uma só corda. Consegue uma colisão, não está compondo aquela merda de música bonita, mas uma colisão incrível.

P. O que resta do seu lado inglês?
R. Quando fui à América, bebi daquela música afro-americana, voltei e deixei de lado os ingleses, a pobre, velha e esgotada Inglaterra, com todos os seus pecados e seus ridículos. Deixei o chá das cinco, o futebol e voltei a trabalhar neste projeto com a Sensational, onde misturamos tudo.

P. Um grande salto, em todo caso...
R. Veja só, eu posso fazer coisas muito diferentes e trabalhar em qualquer parte do mundo. Não dá para trazer a Alice Krauss a um festival que reúne uma multidão e tocar música de violino, seria perigoso. Isto é energia pura; mas nós trabalhamos muito bem juntos. Eu gosto de cantar com mulheres.

P. Todo artista luta entre duas forças antagônicas: continuar fazendo o que pedem os fãs ou entrar no desconhecido. Como lida com isso?
R. É verdade. O mais importante é a criatividade; a autossatisfação vem em primeiro lugar; o público é só um voyeur. Pode olhar e ficar com o que vê ou deixar para lá. Um artista precisa ser honesto e poderoso e precisa misturar. Conheço, e é muito triste, muita gente famosa que me diz “Robert, você pode fazer isso, você é livre”‘. E é verdade.

P. Sempre foi livre?
R. Fui livre durante os últimos 36 anos [desde a separação do Led Zeppelin em 1980], quando comecei a estabelecer minhas próprias regras.

P. Há anos lhe ofereceram um cheque de 200 milhões de dólares para fazer uma turnê com o Led Zeppelin e você recusou; mas não se recusa a cantar músicas de seu antigo grupo.
R. Claro, fiz um bom trabalho no Led Zeppelin. Eu sou Led Zeppelin, cantei, escrevi as letras...

P. Há algumas semanas foi absolvido de plágio pela emblemática Stairway to Heaven...
R. Foi uma loucura, uma insanidade, uma tremenda perda de tempo. Existem doze notas fundamentais na música ocidental, e você se dedica a movê-las. Não precisávamos ter chegado aos tribunais, mas era nossa música. Falei com o Jimmy [Page, coautor da música] e dissemos: “Vamos enfrentá-los”. Se você não defender seus direitos, o que vai fazer? Nunca imagina que vai passar por isso. Você se senta de um lado da colina, olha as montanhas, escreve uma música e 45 anos depois saem com essa. Deus do céu!


P. Como lida com a Internet, a pirataria...?
R. Não me importo com a pirataria. Faz parte de como tudo está se abrindo. Adoro o desconhecido e a Internet ajuda porque permite descobrir coisas que você não vai ouvir no rádio nem na mídia internacional; música dark, muito bonita, que você não vai escrever porque é underground, e aí começou o Led Zeppelin. A pirataria não é o fim do mundo.

P. Mas não pagam?
R. Hehehe, eu já fui pago. Agora meu pagamento é sentir-me bem com o que faço. Certamente, para mim, é fácil dizê-lo.
Por Javier Martín

domingo, julho 10, 2016

SHOWS DA SEMANA: ALMIR SATER EM MINAS GERAIS

"A escola mineira é muito importante, eu gosto muito de tocar aqui, por isso que a gente vibra" – afirma Almir Sater. O violeiro desembarca em Minas para duas apresentações inesquecíveis, neste fim de semana. Ele sobe ao palco no dia (14) em Belo Horizonte – Palácio das Artes e (15) em Ipatinga- Centro Cultural Usiminas, acompanhado de sua banda magistral. 

Sater fará releituras de seus sucessos mais marcantes: "Trem do Pantanal" e as clássicas "Um Violeiro Toca", "Tocando em Frente" e "Chalana". O Show mescla com o último CD solo 7 Sinais, e o mais recente “AR” em parceria com Renato Teixeira, que tem encantado o público e fãs no geral. Gravado entre o Brasil e Nashville (EUA), com produção do norte-americano Eric Silver, o álbum traz 10 músicas inéditas compostas por eles, e agraciados como Melhor dupla regional no 27º Prêmio de Música Brasileira de 2016.

Canções como Bicho Feio, D De Destino que abre o disco não deverão faltar e sem deixar de lado a técnica ímpar e o magistral toque de viola, indispensável nas suas apresentações, que o tornou consagrado. Além destas, Almir Sater tem surpreendido o público ao cantar a inédita “Assim Os Dias Passarão”, homenagem que virou póstuma, ao também sul-mato-grossense, compositor e amigo Geraldo Roca, material que deverá fazer parte do novo CD em 2017.



O músico também não dispensa o violão folk de 12 cordas, que alternados, produzem um espetáculo original e de primeira qualidade. E o resultado é único, ao mesmo tempo reflete traços populares e eruditos, despertando atenção de públicos diversos.

SERVIÇO:

Os ingressos para BH estão disponíveis pela internet, através do site www.ingresso.com ou sem taxa de conveniência na Bilheteria do Palácio das Artes: De segunda-feira a sábado, das 10h às 21h e aos domingos e feriados, das 14h às 20h.
Mais informações: (31) 4003-2330.

Ingressos para Ipatinga, através de Venda Online: www.ingressorapido.com.br
Ponto de Venda Sem Taxa de Conveniência: Bilheteria do Centro Cultural Usiminas. Endereço: Avenida Pedro Linhares Gomes, 3900 Shopping do Vale – Horário de Funcionamento: Terça a Sábado das 12h00 as 16h00 e das 17h00 as 20H30.

Sem dúvida duas apresentações imperdíveis e que agradam todas as gerações.

sexta-feira, julho 08, 2016

"AR" DE ALMIR SATER E RENATO TEIXEIRA PARA OUVIR DE OLHOS FECHADOS

      
         Em dezembro (11) do ano passado Almir Sater e Renato Teixeira
despontaram com a novidade no fim de ano ao lançar nas plataformas digitais o mais novo CD “AR” e leva as iniciais dos seus nomes.

       Apesar de amigos e parceiros musicais, é a primeira vez que eles lançam um CD juntos. Gravado entre o Brasil e Nashville (EUA) com produção do norte-americano Eric Silver, o álbum traz 10 músicas inéditas compostas por eles, e copartipação de Paulo Simões (D De Destino), Rodrigo Sater (Bicho Feio) e Eric Silver (Amor Leva Eu), agraciados no 27º Prêmio de Música Brasileira de 2016, como melhor dupla regional.

      "AR" já se enconta disponível nas plataformas digitais:
https://umusicbrazil.lnk.to/DDeDestino e nas Melhores Lojas e Sites virtuais.



      Capa de AR - Imagem de Eduardo Galeno 

        Um trabalho ousado e inovador que navega pelas vertentes do
Country ao Folk, Rock anos 70, sem perder sua essência, agrega o purismo da música caipira e seus ritmos genuínos. Como eles afirmam em uma das canções: "Viver além das fronteiras".

        Cada vez mais seguros em suas trajetórias Almir e Renato em belos
duetos de vozes reavivam a nossa alma para aqueles tempos idos, onde falar
de amor, lealdade e natureza ainda vale a pena.Um verdadeiro elixir para
os tempos difíceis em que vivemos (É preciso amor para pulsar).

        Sem dúvida, um disco ímpar e contagiante que agrada em cheio todas as
gerações. Com distribuição da gigante Universal Music através do selo "Som de Gringo",  está entre os mais procurados.
 
    Imagem: Eduardo Galeno

Almir Sater e Renato Teixeira - AR 
Universal Music 
Faixas:
1. D De Destino
2. Espelho D'Água
3. A Primeira Vez
4. A Flor Que A Gente Assopra
5. Juro
6. Bicho Feio
7. O Amor Tem Muitas Maneiras
8. Peixe Frito
9. Amor Leva Eu
10. Noite Dos Sinos

quinta-feira, julho 07, 2016

Novo Canal de Divulgação | Facebook Almir Sater

Tocando em Frente.
Sigamos então....A casa é sua - pode entrar - há muito que plantar por aqui!   https://www.facebook.com/oalmirsater/
Almir Sater Compositor e Violeiro 
É sabido que o artista Almir Sater  gosta de ter mais contato físico com os fãs, ao invés de comunicar por redes sociais. Recentemente, até declarou em entrevista ao Jornal de Bauru, que todos os perfis e páginas criadas são extraoficiais, nenhuma delas são autorizadas por seu escritório exclusivo. Mas, felizmente graças, aos 10 anos de lisura, coerência e bom senso nas redes sociais, obtive essa permissão do seu escritório, para criar uma página - onde o conteúdo é confiável e exclusivo sobre o artista, que considero um dos mais completos e que merece muito Respeito. Almir é um artista mais reservado, eu diria menos comercial.
É um equívoco visar deslumbramento ou vantagens apenas, porque a obra de Almir Sater visa coração, emoção e simplicidade, sobretudo comprometimento ético e paixão pelo que faz. Para falar sobre ele, precisa conhecer sua essência musical, pesquisar, entender e assimilar. Isso demanda tempo e responsabilidade. E, mesmo nestes 10 anos, ainda sou aprendiz. Mas tenho a sorte de contar com as demais pessoas que o admiram. 

E, o fato dele não estar presente, aumenta esse compromisso, porque é preciso estar em nivelamento com sua arte, ideias e estilo de vida. E um dos motivos de sua ausência, está ligado com o respeito, para com o público, fãs e admiradores no geral. O violeiro, anos atrás, mencionou que seria educado interagir e responder todas as mensagens aos seus seguidores, em carinhos iguais, pois contribuem para seu sucesso, ao longo de sua carreira sólida, há mais de 30 e poucos anos. Para isso demanda tempo, da qual devido as suas inúmeras atividades artísticas e pecuárias, além da familiar, seria impossível cumprir. 

Então, assumo essa responsabilidade de estar o mais próxima possível, de sua honradez e lealdade para com todos. E, por esse motivo, convido todos a curtir esse novo espaço – feito com dedicação, apreço e muito carinho, para divulgar o novo projeto “AR” em parceria com Renato Teixeira, disponível nas plataformasdigitais e sobre novidades, agendas e shows, além das fronteiras. E, certamente, o Álbum dos fãs, aquele momento sagrado com Almir Sater – porque é o público quem compra os discos, prestigia os shows, alavanca a carreira do artista, então merece um lugar especial sempre.

Foto: Patrícia Diniz / BH

“Não tem nada melhor do que eu posso fazer do que sair "Tocando em frente". Me emociona mais que isto. Nem acredito que vai aparecer, porque é tão grande a emoção que eu sinto em sair tocando em frente por aí, que dificilmente eu.. eu vou parar de fazer isto, eu gosto de muitas coisas no mundo, eu acho legal, mas o meu combustível mesmo, que me impulsiona que me faz feliz, que cria minha família, é sair pelo Brasil Tocando em frente”. - Almir Sater.